ARR e Faperon apresentam balanço do Grito da Pecuária
As razões que levaram à redução do preço da arroba do boi, em Rondônia que afetou o setor produtivo e, consequentemente, os impactos nas receitas estaduais que beiram a R$ 1 bilhão foram debatidos entre pecuaristas, representantes do poder executivo e legislativo e proprietários de frigoríficos do Estado no Parque de Exposições Hermínio Victorelli.
Na ocasião houve uma prestação de contas das ações realizadas e resultado s alcançados, assim como a divulgação da agenda positiva do movimento e assuntos de interesse da categoria.
“´É uma satisfação para nós da Associação Rural de Rondônia, que foi a anfitriã na realização do Grito da Pecuária recebe-los aqui. Quero dizer que esse evento além de ser um divisor na economia rondoniense ajudou e muito os pecuaristas de nosso Estado, que temos no Agronegócio 50% do PIB de Rondônia”, disse Eduardo Ferreira, presidente em exercício da Associação Rural de Rondônia (ARR).
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), Hélio Dias, disse que é impossível um estado com rebanho percapito 7.7 por habitantes, com 13,1 milhões bovinos e bubalinos, sendo o sétimo maior do País e o quinto maior exportador ter prejuízos tão grandes, quanto os enfrentados por aqui. Reafirmou a importância da união dos seguimentos na busca de solução.
O evento que cumpriu agenda nas principais cidades de Rondonia de janeiro a Abril, levou como pauta o retorno da política de preços adotada até o ano passado, quando a diferença da arroba vendida em Rondônia e em São Paulo era de até 10%. Pecuaristas alertam que a manutenção do preço de carne em Rondônia no atual patamar causa um prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão, gerando sérios danos ao setor do agronegócio, que segundo eles representa 50% do Produto Intero Bruto do Estado.
Para o diretor da Associação Rural de Rondônia (ARR), Sergio Ferreira é preciso consenso e entendimento entre as classes sobre os valores praticados no Estado. “É o momento é de união, de somarmos forças para enfrentarmos o desafio de valorizar a nossa carne, que tem alta qualidade, é livre da aftosa, mas tem um preço abaixo de outros mercados, gerando um prejuízo astronômico a nossa economia”, comentou.
Sergio destacou ainda, que o movimento não é temporário, e serão elencados outros obstáculos que o setor do agronegócio vem sofrendo; “como, por exemplo, regularização fundiária,ambiental e invasões de propriedades, de certa forma avançamos e conseguimos evitar baixa do valor da arroba mais acentuada”, detalhou.
O Estado que muito investiu em campanhas de vacinação, melhoria da genética, pastagem e nutrição animal, sofreu um retrocesso o valor do preço a arroba, o que não é reconhecido por proprietários de frigoríficos e alguns segmentos e órgãos federais. A proposta é que haja uma valorização, para que os prejuízos não sejam ainda maiores, pois até pouco tempo havia em torno de 19 plantas frigoríficas fazendo abate e atualmente restam apenas 11. Só nesse inicio de ano o prejuízo estimado foi de mais de R$ 600 milhões na economia do Estado
Diante da crise, que se adivinha o governador Confúcio Moura chegou a citar durante algumas reuniões do Grito da Pecuária há existência de Cartel, tanto que a Assembléia Legislativa instaurou a CPI do Boi. Segundo ele, causou estranheza o fato de que, em junho de 2015, todos os frigoríficos passaram a pagar preços alinhados, bem abaixo do praticado até então. Ele ainda defendeu o restabelecimento dos valores, ainda que com diferença de até 10% em relação ao pago pela carne bovina de São Paulo, como sempre ocorreu.
A disparidade no preço da arroba bovina em Rondônia, atualmente entre R$ 128 e R$ 130, contra R$ 153 de Estados como São Paulo e R$ 135 no vizinho Mato Grosso. Gera perdas aos criadores de Rondônia, que nos últimos anos sofreram grandes perdas, embora a média de abates tenha ultrapassado a R$ 725 milhões. A proposta do Grito da Pecuária é justamente de elevar é encontrar meios que dêem seguridade jurídica aos proprietários de grandes áreas, principalmente, contra invasões e a defesa de seus interesses, como a legalização das propriedades.
Na reunião, compuseram a mesa de autoridades o vice-governador Daniel Pereira, o secretário de Estado de Agricultura, Evando Padovani; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia ( Faperon), Hélio Dias; o gestor da Superintendência de Desenvolvimento de Rondônia (Suder), Basílio Leandro; o presidente da Associação dos Produtores de Rondônia (Apro), Adelio Barofaldi, o vice-prefeito Marcito Pinto e Eduardo Ferreira, presidente interino da Associação Rural de Rondônia, anfitriã do evento.
Hélio Dias da Faperon, falou da necessidade dos criadores se organizarem, principalmente por meio dos sindicatos. Disse ainda que busca junto aos frigoríficos meios para que a arroba volte a ter equiparação com outros centros e para isso exige transparência. Uma das medidas seria a implantação da balança do criador junto aos frigoríficos. Essa balança seria gerida pelos criadores, que também.
O vice governador Daniel Pereira e o secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani seguiram o mesmo tom, nos pronunciamentos, com total apoio as elaboradas pelo Grito da Pecuária